Conceito de faixa de referência

O histograma mostrado na Figura 5.2.1 (pag 111 da apostila) foi construído com base nas informações extraídas de Schalm et al. (1975). Trata-se de taxas de hemoglobina (g/dl) de 147 cavalos clinicamente sadios.

Observa-se que, mesmo os animais sendo sadios, há variabilidade nas medidas e grande concentração de valores em torno da média, que é 15,0 g/dl. A análise da taxa de hemoglobina é feita com base no intervalo 11-19 g/dl, que é chamado faixa de normalidade, valores de referência ou faixa de referência.

Resumindo, construiu-se uma faixa de referência para a taxa de hemoglobina em cavalos, tendo por base um grande número de animais sadios e estudando a forma da distribuição dos dados.

O procedimento sugerido acima é geral. Todo exame de laboratório que produz uma medida como resultado é analisado confrontando-se seu valor com uma faixa de referência.

Na Tabela 5.2.1 (pag 112 da apostila) sào apresentados os valores de referência para alguns constituintes sanguíneos, série vermelha, em seres himanos, considerando 90% da população normal. A tabela apresenta duas possíveis representações da faixa de referência: amplitude e média $\pm$ variação. Por exemplo, em recém-nascidos de 1 dia, a faixa de referência de hemoglobina é 17-22,5 e de CHCM é 33 $\pm$ 2.

Note que os constituintes sanguíneos variam com a idade. Também exsite uma diferenciação entre os sexos para as faixas dos 4 primeiros constituintes sanguíneos (as duas últimas linhas da tabela).

A construção de faixas de referência baseia-se na hipótese de que a população de sadios e a de doentes produzem para a medida de interesse valores que flutuam em torno de médias diferentes, gerando curvas com alguma interseção. a Figura 5.2.2 (pag 113 da apostila) ilustra a situação quando as distribuições de sadios e doentes são Gaussianas.

Veremos dois métodos para construção de faixas de referência: o método da curva de Gauss e o método dos percentis.

Silvia Shimakura 2005-11-08