Suponha que estejamos interessados em estudar a arte da apreciação de vinho. Como parte de nossos estudos, pedimos para uma pessoa (Pierre), que se diz um connoisseur de vinhos, provar duas taças de vinho e escolher o mais caro.
Esta tarefa é repetida 10 vezes, cada vez com um par diferente de vinhos.
Assuma a princípio que o apreciador não sabe nada sobre vinhos e que ele na verdade escolhe os vinhos ao acaso e que está simplesmente tentando esconder este fato.
Assumindo que não existem fatores externos que interferem na decisão do apreciador (tal como uma tendência a escolher o vinho mais escuro), então em cada ensaio a probabilidade dele acertar na escolha é de 0,5.
Agora suponha que o apreciador tenha acertado 9 dos 10 ensaios.
Pergunta: Qual é a probabilidade de 9 acertos em 10? Qual a sua opinião a respeito da habilidade daquela pessoa em reconhecer um bom vinho?
Seja o número de acertos em 10 ensaios, então desejamos saber .
Um possível resultado que satisfaz o critério seria, nove escolhas corretas seguida de uma incorreta: . A probabilidade deste resultado (pela regra da multiplicação) é a probabilidade conjunta:
Outras combinações levam ao mesmo resultado de respostas 9 corretas em 10 ensaios (por ex, ), cada uma com a mesma probabilidade . Na verdade, um total de 10 combinações diferentes levarão a 9 escolhas corretas em 10 ensaios, ou seja, .
Assim, pela regra da adição, temos que a probabilidade de 9 acertos em 10 ensaios é de:
Então, a probabilidade de fazer 9 escolhas corretas em 10 ensaios com é remota, ocorrendo aproximadamente 1 vez a cada 100 sessões.
Este resultado nos leva ao seguinte questionamento: Será que temos evidência suficiente para rejeitar nossa conjectura inicial de que Pierre não sabe nada sobre vinhos?
silvia 2012-09-20